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Treinar em jejum: sim ou não?

Falar de treinar em jejum tornou-se normal nos últimos anos, ganhando muita popularidade entre quem pratica desporto regularmente.

O jejum intermitente, por exemplo, é um dos métodos que mais sucesso está a ter entre os atletas, mas não é uma estratégia nutricional adequada para todos os públicos. Vamos descobrir o que acontece quando se treina em jejum. e se esta é uma boa opção para si.

O que acontece quando treino em jejum?

Provavelmente já se questionou se é boa ideia fazer exercício em jejum e treinar com o estômago vazio, pois conhece cada vez mais pessoas que treinam em jejum.

A primeira coisa que precisa de saber é o que significa treinar em jejum. Quando falamos de jejum antes de um treino, referimo-nos geralmente a não ter ingerido nada desde o jantar e a não tomar o pequeno-almoço antes do treino, deixando uma janela mínima de 8-10 horas sem ter comido nada.

O nosso corpo utiliza os macronutrientes como fonte de energia (proteínas, hidratos de carbono e gorduras), sendo os hidratos de carbono a favorita do nosso sistema, pois é uma fonte mais rápida. Ao treinar em jejum, as reservas de glicogénio reduziram consideravelmente durante a noite de jejum e isto significa que, quando começamos, o nosso corpo tem de recorrer primeiro às gorduras.

Esta pode parecer-nos a melhor ferramenta para reduzir a nossa percentagem de gordura corporal e reduzir peso. Inclusive, pode estar relacionado com a melhoria da nossa capacidade aeróbica e o jejum ser um bom método para melhorar o VO2 máx. Assim, fazer exercício em jejum parece ser uma ótima opção e, de facto, treinar em jejum tem benefícios, mas também limitações e contraindicações, pois não é uma estratégia para todos.

Como, quando e porquê fazer jejum antes de treinar

Treinar em jejum parece favorecer a utilização de lípidos como fonte de energia, mas parece ser mais eficaz em treinos de baixa intensidade. Esta questão é importante porque não tem um grande impacto quando o treino é de alta intensidade e, neste caso, pode ter consequências negativas piores para o nosso organismo.

Portanto, quando falamos do “como”, precisamos de ser muito claros: o treino em jejum deve ser feito a baixa intensidade. Utilizar as gorduras limita a sua capacidade render nas atividades de intensidade máxima. Temos de ter em conta que, se exagerarmos na intensidade sem reservas de glicogénio, a fadiga e a perda de energia serão um problema, tendo efeitos negativos do jejum no treino e sendo contraindicado para pessoas com problemas de hipoglicemia, diabetes ou problemas derivados dos níveis de açúcar no sangue.

A melhor altura para fazer jejum antes de treinar é de manhã, uma vez que a maioria de nós faz jejum durante a noite depois de jantar e, portanto, ao saltar o pequeno-almoço, já conseguimos abrir essa janela de horas. Adiantar a hora de jantar progressivamente ajudá-lo-á a prolongar gradualmente o período de jejum.

Porquê treinar em jejum?  A resposta será frequentemente por uma questão de conveniência. Porque se formos aquele tipo de pessoa que sofre quando treina depois do pequeno-almoço, mudar a ordem vai permitir-nos poupar tempo e não reduzir o nosso descanso para poder treinar. Confirmámos que o treino em jejum pode ter alguns benefícios metabólicos ao favorecer a oxidação de lípidos, mas não é mais eficiente a altas intensidades e pode ser contraproducente, por isso, se decidir fazer jejum: vá com calma.

Riscos e desvantagens de fazer exercício em jejum

Perda de massa muscular

Embora o exercício em jejum possa aumentar a queima de gordura, há também o risco de o corpo recorrer a proteínas musculares como fonte de energia, especialmente durante exercícios intensos ou prolongados. Isto pode levar à perda de massa muscular ao longo do tempo, o que é algo que a maioria dos desportistas deseja evitar.

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Diminuição da performance

Outro risco associado ao treino em jejum é a possível queda no desempenho. Sem uma reserva adequada de glicogénio, podes sentir-te mais fraco, menos enérgico e até mesmo incapaz de manter a intensidade desejada durante o treino.

Risco de hipoglicemia

Para alguns desportistas, especialmente em treinos prolongados ou de alta intensidade, existe o risco de hipoglicemia (baixo nível de açúcar no sangue). Isso pode causar tonturas, fraqueza, náuseas e até desmaios, comprometendo tanto a segurança quanto o desempenho.

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Quem deve evitar o fazer exercício em jejum?

Embora o treino em jejum possa ser benéfico para algumas pessoas, não é adequado para todos. Indivíduos com condições médicas, como diabetes, tensão arterial baixa, ou aqueles que têm um histórico de problemas alimentares devem evitar esta prática. Além disso, desportistas que treinam a alta intensidade ou com foco em ganho de massa muscular devem ser mais cautelosos ao implementar o fazer exercício em jejum na sua rotina.

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Conclusão

Lembre-se que o melhor treino para ficar em forma e o mais eficaz para queimar gordura é aquele que também inclui sessões de média e alta intensidade e, para isso, precisa, isso sim, de um bom aporte nutricional. Procure o equilíbrio e alterne os diferentes tipos de treino e lembre-se também de tomar um bom pequeno-almoço e ter uma alimentação equilibrada aconselhada por um profissional de nutrição.

Caso precise de mais informações sobre alimentação, saúde e performance desportiva, lembramos que  o AXIS WELLNESS disponibiliza consultas de medicina desportiva e familiar com o Dr. Benjamim Carvalho, assim como consultas de nutrição com o Dr. Jorge Guimarães, que estão incluídas em qualquer modalidade de adesão ao nosso clube.

Para mais informações sobre as nossas condições de adesão, clique aqui ou contacte-nos através do 258 847 555 (Viana do Castelo) 

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Referências:

Stannard, S. R., Buckley, A. J., Edge, J. A., & Thompson, M. W. (2010). Adaptations to skeletal muscle with endurance exercise training in the acutely fed versus overnight-fasted state. Journal of Science and Medicine in Sport, 13(4), 465-469. https://doi.org/10.1016/j.jsams.2010.03.002