Será que devo começar a praticar exercício quando há maior risco de adoecer?

Numa altura em que as temperaturas descem, e começam a circular mais vírus respiratórios (sendo o Sars-Cov2 um deles), é expectável que os níveis de atividade física e de exercício sejam mais baixos, no entanto sabemos que a prática de exercício físico tem vindo a ganhar ainda maior destaque, pois esta tem um grande impacto no sistema imunitário.
No caso da população que pertence a grupos de risco, nomeadamente nas faixas etárias acima dos 70 anos, coloca-se muitas vezes a questão se valerá ou não a pena (re)começar a prática regular de exercício físico, sendo que em função das condições meteorológicas a opção de praticar atividade física ao ar livre pode ser menos viável e mais irregular, e a opção por praticar exercício físico em espaços fechados pode levar ao adiamento da prática até que sinta mais segurança.
Antes de mais, é importante lembrar que os estudos mais completos e abrangentes sobre a probabilidade de infeção por Covid-19 em ginásios, têm revelado uma percentagem muito residual de infeção.
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Por outro lado, é nesta altura do ano que são mais prováveis as infeções das vias respiratórias do trato superior por vírus e agentes patogénicos já bem conhecidos (como por exemplo, a gripe), o que torna ainda mais relevante diminuir a vulnerabilidade de todo o tipo de infeções respiratórias nestas faixas etárias, já muito fustigadas por outras patologias como hipertensão, diabetes, insuficiência cardíaca, ou dislipidemias, só para dar alguns exemplos.
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Neste contexto, onde os níveis de inatividade física são maiores, coloca-se uma grande questão: será que para as pessoas que são sedentárias, e pertencentes a grupos de risco, valerá a pena começar a praticar exercício físico agora?
Para responder a esta pergunta, vamos focar-nos num estudo que analisa o impacto da atividade física na função imunológica (Nieman et al., 1993). Neste estudo foram comparados três grupos de pessoas, com uma média de idade acima dos 70 anos, sendo importante realçar o facto de o estudo ter sido realizado em pessoas idosas, pois são considerados um grupo de risco. Este estudo foi realizado no outono, uma altura do ano onde há maior probabilidade de adoecer.
O primeiro grupo tinha um elevado nível de aptidão física, o segundo grupo era inicialmente sedentário e passou a realizar caminhadas e o terceiro grupo também era inicialmente sedentário, mas passou a realizar alongamentos. Verificou-se uma maior a taxa de adoecimento (50%) no terceiro grupo (sedentários que iniciou pratica de alongamentos), enquanto o primeiro grupo (elevado nível de aptidão física) apresentou a menor taxa de adoecimento (8%). Será que valeu a pena iniciar o exercício físico durante este período crítico? Como se pode observar, a resposta é sim, pois no grupo em que os idosos iniciaram a prática de caminhada a taxa de adoecimento foi de apenas 21%, menos de metade das que apenas realizaram alongamentos.
Em primeiro lugar, isto reforça que ser fisicamente ativo e apto dificulta o aparecimento de doenças, mesmo para pessoas vulneráveis ou que não estejam habituadas à prática de exercício físico. Em segundo, revela que iniciar atividade física, com as medidas de segurança que adotamos nos nossos espaços neste período de pandemia, é certamente uma ótima opção para aumentar as defesas do organismo contra o adoecimento.
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