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Sarcopenia e envelhecimento – o papel do exercício físico na prevenção e tratamento

Definição

A Sarcopenia é largamente atribuível ao envelhecimento, no entanto, outra causas podem ser identificadas.

Em pessoas idosas, a Sarcopenia constitui um fator de risco para limitações de mobilidade física geral, perda de independência, hospitalização e morte.

De acordo com o, European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP,2018), a Sarcopenia é uma doença muscular caraterizada pela diminuição da força muscular e da massa muscular.

Prevalência

A prevalência da Sarcopenia é variável, mas pode chegar aos 30% na população idosa, sendo maior na população idosa institucionalizada ou hospitalizada, e menor nos que residem na comunidade.

Em estudos conduzidos pelo Grupo de Trabalho Europeu sobre Sarcopenia em Pessoas Idosas (EWGSOP), a prevalência varia entre 1% a 29%, entre as populações residentes na comunidade e de 17,4% a 32,8% entre as pessoas idosas institucionalizadas.

Custos

A Sarcopenia acarreta custos a nível pessoal e a nível socioeconómico. Entre as pessoas idosas hospitalizadas, aquelas que têm Sarcopenia na admissão, apresentam uma probabilidade de custos hospitalares 5 vezes superior ás que não têm Sarcopenia.

Causas

É considerada “primária” ou relacionada com o envelhecimento, quando não existe nenhuma outra causa especifica para além da idade. É considerada “secundária” quando outros fatores causais para além do envelhecimento são evidentes, tais como, uma doença, especialmente de natureza inflamatória, doenças malignas ou doenças causadoras de insuficiência cardíaca, respiratória ou renal.

A inatividade física e o sedentarismo também contribuem para o desenvolvimento da Sarcopenia, seja, devido à atividade física de intensidade moderada insuficiente, ou à acumulação de períodos prolongados do comportamento sedentário.

Sarcopenia e outras condições

A Sarcopenia pode estar associada ou eventualmente mascarada, por outras alterações desfavoráveis da composição corporal, nomeadamente ao nível da diminuição da massa óssea – Osteopenia Sarcopénica, aumento da massa gorda – Obesidade Sarcopénica, e na existência em simultâneo da diminuição da massa óssea, aumento da massa gorda e diminuição da massa muscular – Obesidade Osteosarcopénica.

Sarcopenia e a desnutrição

Embora a “desnutrição” esteja associada ao consumo insuficiente ou excessivo de nutrientes, o termo “desnutrição” é normalmente utilizado como sinónimo de subnutrição, para se referir especificamente aos casos em que uma pessoa não consome energia (calorias), proteínas ou micronutrientes em quantidade suficiente. No caso da Sarcopenia, as necessidades estão aumentadas no que respeita ao aporte de proteínas. A perda de massa muscular é o resultado de uma diminuição da síntese proteica muscular e de um aumento da degradação da proteína muscular, ou da combinação de ambas.

Sarcopenia e a inatividade física

A inatividade física constitui um fator de risco para a Sarcopenia. Uma pessoa é considerada inativa quando não alcança os mínimos recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), no que respeita à acumulação semanal de atividade física de intensidade moderada e vigorosa, ou seja, 150 minutos por semana. Esta recomendação é para todas as pessoas adultas, incluindo pessoas idosas.

Tratamento da Sarcopenia – o papel do exercício físico

Os métodos utilizados para o tratamento da sarcopenia são a terapia hormonal de substituição, a prática de exercício físico e a suplementação nutricional.

A importância do exercício físico na sarcopenia deve-se ao facto deste (sobretudo o treino de força), diminuir consideravelmente os efeitos do envelhecimento. Deste modo, contribui significativamente para a melhoria da função neuromuscular. Ainda que a perda de massa muscular conforme a idade avança seja inevitável, a realização de treinos de força regularmente ajuda a aumentar a força e energia na população idosa.

Existem vários estudos realizados que comprovam a importância do exercício físico na sarcopenia. Num dos estudos realizados é revelado que a atrofia muscular fruto do envelhecimento inicia-se por volta dos 30 anos de idade. Em indivíduos que não tenham o hábito de praticar exercício físico, a perda de massa muscular é de cerca de 10% até aos 50 anos. A partir daqui, o processo de perda de massa muscular acelera consideravelmente por volta dos 80 anos de idade.

Outro estudo foi realizado em idosos institucionalizados, cuja média de idade era 87 anos. Estes idosos realizaram treino de força associado a suplementação nutricional, durante 10 semanas. Os resultados foram notórios: no final das 10 semanas, tinham sofrido um aumento de 125% da força muscular assim como melhoria substancial da marcha, velocidade e capacidade de atividade física espontânea.

Sarcopenia e o treino de força

O treino de força proposto para a prevenção da Sarcopenia está de acordo com um conjunto relevante de princípios, que consistem:

Em exercícios de sobrecarga:

  • específicos para os membros inferiores e superiores;
  • com relevância funcional para atividades da vida diária;
  • adaptados progressivamente à capacidade do individuo.

O exercício físico para doentes com sarcopenia (e para qualquer pessoa idosa) deve ser controlado e bem definido, de forma a evitar exageros que possam trazer outras complicações para a sua saúde.

O conhecimento científico existente demonstra que a sarcopenia é uma doença característica do envelhecimento, é um processo lento e progressivo e que a melhor forma para minimizar os seus efeitos é o treino de força bem orientado.

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Referências:

Cruz-Jentoft, Alfonso & Bahat, Gulistan & Bauer, Juergen & Boirie, Yves & Bruyère, Olivier & Cederholm, Tommy & Cooper, Cyrus & Landi, Francesco & Rolland, Yves & Aihie Sayer, Avan & Schneider, Stéphane & Sieber, Cornel & Topinková, Eva & Vandewoude, Maurits & Visser, Marjolein & Zamboni, Mauro. (2018). Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. Age and ageing. 48. 10.1093/ageing/afy169.

Crédito da foto: Depositphotos