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Saiba quais os exercícios que são recomendados para recuperados de Covid-19 grave

A Covid-19 ainda não está totalmente esclarecida pela comunidade médica global. A doença de transmissão respiratória pode provocar uma série de sintomas que vão muito além dos danos provocados nos pulmões, ou da dificuldade em respirar.

A Organização Mundial de Saúde já tem inclusive uma definição médica oficial para a chamada “Covid longa”, a doença de quem sofre sequelas depois da cura do coronavírus. O resultado é de uma investigação dirigida por investigadores espanhóis, que definiram um quadro de mais de 200 sintomas atribuídos à infeção por Covid.

As pessoas que sofrem com a denominada “Covid-19 longa” podem apresentar quadros que incluem alterações neurológicas, de comportamento, insónia, dores musculares e nas articulações.

Conheça quais os exercícios que são recomendados de acordo com cada tipo de sintoma prevalente:

Confusão mental

Embora a Covid-19 seja causada por um vírus de transmissão respiratória, estudos mostraram que parte dos pacientes pode apresentar sintomas de confusão mental, também chamada de “brain fog” ou “névoa mental”.

Estudos revelaram que o novo coronavírus tem a capacidade de invadir as células do sistema nervoso e provocar danos no cérebro. O vírus desencadeia a resposta inflamatória no organismo que, quando exacerbada, pode danificar as células do próprio corpo. Um estudo publicado na revista Cell também indicou que o sintoma de confusão mental pode estar relacionado à presença de moléculas inflamatórias no líquido cefalorraquidiano, fluido presente em redor do cérebro e da espinal medula.

O que pode ser feito: musculação (com algumas exceções de exercícios que exijam grande estabilidade ou deslocamento) e atividades cardiorrespiratórias moderadas. É permitido fazer aulas de bicicleta ergométrica e caminhar na passadeira, desde que as mãos estejam apoiadas.

O que evitar: exercícios físicos ou modalidades que exijam grande estabilidade ou deslocamento, como lutas em geral, aulas de dança, circuitos de treino e avanço (exercícios para pernas e glúteos, comuns na musculação).

Dor muscular, dormência ou formigueiro

Pacientes com a Covid-19 longa relatam a ocorrência de dores nos músculos e nas articulações que podem durar semanas ou meses. Um estudo publicado no formato preprint, sem revisão por pares, mostrou que 1 em cada 10 pacientes com os sintomas prolongados da doença apresentaram dores musculares. Em relação às dores nas articulações, o número aumentou de 1 para cada 5 pessoas.

Outros pacientes desenvolvem sinais de formigueiro ou dormência que estão relacionados a quadros de polineuropatia, uma disfunção de vários nervos periféricos do corpo causada pelo coronavírus. Os médicos enfatizam a necessidade de reabilitação com a participação de uma equipe multiprofissional dos pacientes pós-Covid-19 graves, envolvendo fisioterapeutas, fonoaudiólogos, médicos e nutricionistas.

Sintomas como a perda de paladar e olfato já eram sinais de algo muito sério em relação ao hábito alimentar e agrava-se mais por causa da disfagia (dificuldade de engolir) decorrentes da intubação prolongada e traqueostomia.

O que pode ser feito: musculação com cargas baixas ou moderadas, alongamento, atividades cardiorrespiratórias sem sobrecarga (inclusive aulas de bicicleta ergométrica, desde que não haja muita resistência nos pedais) ou que desafiem a mobilidade, como circuitos de treino (também com cargas leves ou moderadas).

O que evitar: musculação com cargas elevadas, visando o aumento da massa muscular ou qualquer outra atividade física de alta intensidade, como lutas, ou atividades físicas que impliquem saltos.

Falta de ar

Após a infeção, o coronavírus ataca as células dos pulmões, o que pode levar a lesões nos tecidos e comprometer a capacidade respiratória. A falta de ar é um sintoma preocupante da doença, as pessoas podem apresentar inicialmente sinais de cansaço excessivo, que evoluem para um estado ofegante, chiado no peito e dificuldade para respirar. Nos casos mais graves, pode ser necessária hospitalização e procedimentos como intubação e ventilação artificial.

Os especialistas orientam que as pessoas recuperadas que enfrentaram esse tipo de complicação retornem às atividades de forma moderada, respeitando os limites indicados pelo próprio corpo. Com a prática, há um estímulo do bem-estar físico, mental, melhor condicionamento do sistema cardiorrespiratório, maior força muscular, além de ajudar com comorbidades da doença, como a obesidade.

O que pode ser feito: atividades físicas moderadas que não elevem a frequência cardíaca acima de 70% da capacidade máxima de esforço, como caminhadas.

O que não fazer: atividades físicas que exigem grande frequência cardíaca. É proibido, por exemplo, qualquer treino  intervalado de alta intensidade, conhecido como HIIT (High Intensity Interval Training, na sigla em inglês).

Insónia

Um estudo realizado por especialistas da Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, indicou que a insónia fez parte de uma ampla variedade de sintomas persistentes em mais de 70% dos pacientes, meses após a recuperação da fase inicial da Covid-19. Os cientistas analisaram resultados de 45 estudos diferentes publicados entre janeiro de 2020 e março de 2021.

O conjunto de dados reuniu um total de 9.751 pacientes, dos quais 83% haviam sido hospitalizados. Entre os sintomas mais comuns relatados estão falta de ar, fadiga e distúrbios do sono. Segundo o estudo, foram relatados 84 sintomas e sinais clínicos diferentes, incluindo perda do paladar e do olfato, distúrbios cognitivos, dores no peito e febre.

Segundo os especialistas, a atividade física regular pode contribuir para o aumento da qualidade do sono, prejudicada pela Covid-19. Quando a uma pessoa pratica atividades físicas como, por exemplo, musculação, corrida ou exercício cardiovascular, automaticamente, está a contribuir para um fortalecimento dos seus pulmões e da sua musculatura, o que pode ajudar tanto nos sintomas da doença, quanto numa recuperação mais rápida das sequelas,

O que pode ser feito: exercícios físicos que ajudam a relaxar, como body balance ou corrida de baixa intensidade, por cerca de meia hora, por exemplo.

O que evitar: atividades físicas intensas e de longa duração (mais de uma hora de corrida, por exemplo). Evitar principalmente atividades intensas em horários próximos ao sono (menos de duas horas antes de dormir).

Tontura de um modo geral ou ao se levantar

Além das dores de cabeça, confusão mental e lapsos de memória, pacientes com sintomas prolongados da Covid-19 podem apresentar tontura com frequência ou quando se levantam.

O que pode ser feito: atividades ou exercícios físicos na posição vertical (em pé) ou sentados, que não sejam de alta intensidade ou em deslocamento. Exemplo: bicicleta ergométrica.

O que evitar: qualquer atividade ou exercício físico na posição horizontal, deitado ou no solo, como body balance, pilates ou abdominais. Evitar exercícios que exijam deslocamento, como corrida ou ciclismo convencional.

Estas são algumas recomendações genéricas. Contudo, e sendo a Covid-19 uma doença cujas consequências continuam a ser investigadas e acompanhadas pela comunidade médica global, se passou por uma infeção grave e mantém sintomas persistentes após a sua recuperação, será importante equacionar um acompanhamento mais próximo por um profissional do exercício físico. Dessa forma garantirá ainda mais segurança no seu regresso aos treinos.

Um personal trainer pode ser a ajuda que precisa para que possa restabelecer-se com mais qualidade de vida, voltando progressivamente à sua condição física normal, e mantendo um estilo de vida saudável e a ativo.

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Texto adaptado de: https://www.cnnbrasil.com.br/saude/saiba-quais-exercicios-sao-recomendados-para-recuperados-de-covid-19-grave/

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