Rir faz mesmo bem à sua saúde
Rir traz benefícios sociais, como a melhoria da autoimagem, da autoconfiança, da saúde mental e do bem-estar geral. Mas, mais do que isso, segundo Mary Payne Bennett e Cecile Lengacher, da Universidade de Kentucky – que produziram uma série de trabalhos sobre o tema, baseados em investigações feitas pela sua equipa e pela Universidade de Indiana, o riso:
- Reduz os níveis de stress
Ao facilitar o relaxamento diminui a presença de hormonas do stress como o cortisol e catecolaminas (adrenalina, noradrenalina e dopamina);
- Reforça o sistema imunitário
Principalmente no que se refere à célula NK (um tipo de glóbulos brancos);
- Diminui os fatores inflamatórios
- Reduz a pressão arterial
Rir juntos
Resumindo: rir é bom, mas é mais fácil fazê-lo se estivermos acompanhados. Robert Provine, neurocientista e professor de psicologia na Universidade de Maryland (EUA), afirmou que temos 30 vezes mais hipóteses de rir se estivermos com alguém, do que se estivermos sozinhos. Numa conversa comum não rimos de piadas, mas para “fazer parte”, como forma de mostrarmos que entendemos e concordamos com o que se diz. Robert Provine acrescenta ainda que rir tem um efeito contagioso, sobretudo se formos “contagiados” por alguém conhecido.
Rimos mesmo quando não queremos
Apesar de ser uma resposta inata, existem dois tipos de riso: o involuntário e o social – mais consciente e forçado. Sophie Scott, neurocientista britânica responsável pelo Instituto de Neurociência Cognitiva na Universidade College, em Londres, revela, inclusivamente que este comportamento é observável nos chimpanzés: “Eles riem de modo diferente quando lhes fazem cócegas ou quando brincam uns com os outros.”
Mesmo em termos acústicos, os risos são diferentes. Mais uma vez, a neurocientista explica: “Os risos verdadeiros são mais prolongados e mais agudos. Quando começamos a rir muito, expiramos o ar dos pulmões com muito mais força do que fazemos voluntariamente. Além disso, começamos a fazer contrações e assobios estranhos. Os risos forçados são normalmente nasalados.”
Uma questão de idade
Saber distinguir o riso real do forçado é algo que vamos desenvolvendo com a idade: as crianças de seis anos parecem ter mais dificuldade em perceber a diferença e, durante a adolescência, a necessidade de pertença leva-nos a não distinguir e querer acompanhar qualquer tipo de riso.
“Não entendemos o riso antes de o cérebro atingir a maturidade no final da adolescência, ou mesmo só aos 30 ou 40 anos”, esclarece Sophie Scott. “Ou perdemos o bom humor à medida que envelhecemos ou isso significa que, como entendemos melhor o riso — e ficamos cada vez melhores nisso — para nos rirmos, precisamos mais do que ouvir pessoas a rir. Precisamos da parte social”.
O riso como “cola” social
Para perceber melhor o funcionamento do riso como uma ferramenta social, podemos acompanhar os estudos realizados pelo professor de Psicologia da Universidade de Berkeley, Robert Levenson. Em consultório, analisou um conjunto de casais enquanto iniciavam uma discussão (pedia-lhes que referissem algo que os irritasse no outro).
O que Robert Levenson descobriu é que se gera imediatamente uma tensão, “mas que os casais que gerem essa tensão com o riso ou com emoções positivas como o riso, não só ficam imediatamente menos tensos, como se sentem fisicamente melhor e lidam melhor com essa situação desagradável em conjunto. São também estes casais que relatam altos níveis de satisfação na sua relação e ficam juntos durante mais tempo.”
Conforme conclui Sophie Scott: “Quando observamos relações mais próximas, o riso é um indicador extremamente útil de como as pessoas regulam as suas emoções em conjunto. Não só rimos para mostrar que gostamos do outro, como também para criar um laço que faz com que nos sintamos melhor juntos.”
Que rir é o melhor remédio toda a gente já sabe, mas quando une o riso à prática de exercício físico regular nos nossos clubes, os resultados vêm a dobrar 😉
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