Pilates: benefícios no envelhecimento e em diversas patologias
Os resultados de estudos recentes reforçam as alegações de que o Pilates é um treino eficaz para o envelhecimento saudável, pois atende a necessidades específicas, como promover a independência funcional, reduzir os riscos de queda e manter a densidade óssea e a aptidão cognitiva.
1. BENEFÍCIOS FUNCIONAIS
Joseph Pilates enfatizou que o objetivo de seu programa de exercícios era tornar possível ganhar a vida e desfrutar de momentos de lazer. Mais do que uma revisão de estudos sugere que os exercícios podem melhorar a autonomia funcional de adultos com idades entre os 60 e os 80 anos (Bueno de Souza et al. 2018; Bullo et al. 2015). Os investigadores recomendam treinar duas vezes por semana com intensidade moderada e adicionar exercícios cardiovasculares suplementares para o condicionamento geral (Bullo et al. 2015).
2. MAIOR EQUILÍBRIO; MENOS QUEDAS
Diversos estudos mostram que o Pilates melhora o equilíbrio em adultos mais velhos. Num estudo com 30 idosos que participaram numa combinação de exercícios de Pilates com passadeira e equipamentos por uma hora, 2 dias por semana, durante 5 semanas, foram registadas melhorias no equilíbrio dinâmico, postura e força – e os ganhos persistiram 1 ano depois (Bird & Fell 2014). Um estudo de 2018 com 55 homens e mulheres descobriu que aqueles que participaram de sessões de Pilates Reformer em grupo, uma vez por semana durante 10 semanas melhoraram significativamente o equilíbrio estático e dinâmico, a mobilidade funcional, a autoeficácia do equilíbrio e a amplitude de movimento ativa dos membros inferiores (Roller et al. 2018).
3. UM MÉTODO PARA OSSOS MAIS FORTES
Um estudo realizado em 2015 com 41 mulheres na pós-menopausa descobriu que as mulheres do grupo Pilates aumentaram significativamente a densidade mineral óssea na região lombar, diminuíram significativamente a intensidade da dor e desfrutaram de melhor qualidade de vida (Angin, Erden & Can 2015).
4. UM POTENCIAL IMPULSO COGNITIVO?
Joseph Pilates lembrou aos alunos que se concentrassem ao executar o método, enfatizando que a concentração os ajudaria a realizar movimentos corretos e a construir uma mente sã. Evidências preliminares sugerem que há benefícios no condicionamento cerebral do treino. Num estudo de 2013 com cinco indivíduos, os investigadores descobriram um aumento no pico de potência alfa do cérebro após 10 semanas. Acredita-se que o pico de potência alfa esteja relacionado à atividade da rede neural, desempenho da memória e outras funções cognitivas (Bian et al. 2013). Num estudo de 2017 com 28 mulheres mais velhas com comprometimento cognitivo leve, aquelas que praticaram Pilates por 8 semanas mostraram melhorias significativas nos domínios cognitivos globais e específicos (Jurakic et al. 2017). Contudo, são necessárias investigações adicionais nesta área, para que este aspeto seja definitivamente confirmado.
5. MELHORIA NA QUALIDADE DE VIDA
Num estudo controlado, em que participaram 24 mulheres com idades entre 61 e 67 anos escolhidas aleatoriamente, os investigadores descobriram que aquelas que fizeram sessões de 30 minutos de Pilates em tapete e aparelhos, duas vezes por semana durante 6 meses, apresentaram melhorias significativas na qualidade de vida (Liposcki et al. 2019).
CIRCUNSTÂNCIAS ESPECIAIS:
Para adultos, jovens e idosos, existem evidências crescentes que apontam para a importância de Pilates em ajudar pessoas com condições médicas específicas, particularmente indivíduos que não podem treinar com níveis de alta intensidade.
a) MULHERES EM SITUAÇÃO PRÉ-NATAL
Um ensaio clínico aleatório com 105 mulheres grávidas mostrou que aquelas que participaram em sessões de Pilates duas vezes por semana durante a gravidez tiveram melhorias significativas na pressão arterial, flexibilidade dos isquiotibiais e curvatura da coluna vertebral, além de melhorias durante o trabalho de parto – menos cesarianas, episiotomias e casos de obstrução no trabalho de parto (Rodriguez-Diaz et al. 2017).
b) ALÍVIO DA DOR DE COSTAS
Muitas investigações sobre o método Pilates concentram-se em pessoas com dor lombar crónica. Numa revisão de 10 estudos da Cochrane de 2015, os investigadores concluíram que, embora “haja alguma evidência para a eficácia do Pilates para lombalgia, não há evidências conclusivas de que seja superior a outras formas de exercício” (Yamato et al. 2015) .
c) REDUÇÃO DOS SINTOMAS DA OSTEOARTRITE
Num estudo controlado aleatório de 2018 com 41 indivíduos com dor e incapacidade por osteoartrite do joelho, os investigadores descobriram que aqueles que praticavam Pilates experimentaram uma melhoria mais significativa na dor e incapacidade do que aqueles que fizeram exercícios terapêuticos convencionais (Mazloum et al. 2018).
d) AJUDA PARA QUESTÕES DEGENERATIVAS NEUROMUSCULARES
Para pessoas com esclerose múltipla, o Pilates é “uma terapia viável” que pode melhorar a função física e reduzir a fadiga percebida, de acordo com uma revisão de 14 estudos realizada em 2019 (Sánchez-Lastra et al. 2019). Tal como nos estudos de dor na região lombar, os investigadores observaram que o Pilates não é mais benéfico do que outras terapias físicas. Pessoas com EM precisam desafiar seus músculos, mas não podem fazer treino de alta intensidade devido à inflamação provocada quando nos treinamos de forma mais vigorosa. Nestas circunstâncias é necessário desenvolver o equilíbrio, [fortalecer] a força da zona central do seu corpo e aliviar o stress. O Pilates parece ser uma boa opção.
e) AJUDA ÀS MULHERES COM CANCRO DE MAMA
Numa revisão de 2019 de estudos sobre cancro da mama, os investigadores observaram uma falta de alta qualidade metodológica, mas ainda assim foi possível discernir conclusões valiosas – em particular, que mulheres com cancro de mama frequentemente aderiam bem aos programas de Pilates. Mais uma vez, os investigadores observaram que o Pilates não é mais benéfico do que outras terapias físicas; no entanto, levou a melhorias significativas na amplitude do movimento do ombro, dor percebida e qualidade de vida (Pinto-Carral et al. 2018).
f) DIMINUIÇÃO DOS SINTOMAS DA FIBROMIALGIA
Pesquisas emergentes mostram que o Pilates pode ser útil para pessoas que lidam com fibromialgia. Num estudo controlado com 36 mulheres com esta patologia, aquelas que praticaram Pilates três vezes por semana durante 4 semanas experimentaram mais alívio da dor e menos ansiedade do que aquelas que participavam num grupo de massagem (Ekici et al. 2016). Investigações adicionais, são igualmente necessárias.
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