Insuficiência cardíaca – causas, prevenção e reabilitação

Quando o coração enfraquece ou quando se torna espesso e rígido, o músculo cardíaco não consegue assegurar a carga de trabalho que lhe é solicitada e surge a insuficiência cardíaca.
A prevalência estimada da insuficiência cardíaca atualmente em Portugal é de 5,2%, correspondendo a cerca de 400 000 indivíduos adultos a sofrer da síndrome. A sua incidência aumenta abruptamente com a idade a partir da sétima década de vida, e é a primeira causa de hospitalização após os 65 anos, nos países industrializados.
Estima-se que a sua prevalência possa aumentar entre 50 a 70% até 2030.
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Causas de insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca é causada pelo enfraquecimento ou espessamento do músculo cardíaco (miocárdio).
Assim, qualquer condição que prejudique a função do coração pode causar insuficiência cardíaca.
Exemplos dessas condições são:
- Doença arterial coronária;
- Enfarte do miocárdio (ataque cardíaco);
- Inflamação do músculo do coração (miocardite);
- Pressão sanguínea elevada (hipertensão arterial);
- Doenças das válvulas do coração;
- Alguns tipos de arritmias cardíacas;
- Abuso prolongado de álcool.
Em alguns casos, a causa exata de uma insuficiência cardíaca pode não ser conhecida.
Sintomas de insuficiência cardíaca
Os primeiros sinais e sintomas de insuficiência cardíaca podem não ser aparentes e desenvolver-se somente após a evolução da doença ao longo do tempo.
Os sintomas incluem:
- Falta de ar;
- Fadiga;
- Tonturas;
- Intolerância ao exercício;
- Perda de apetite;
- Náusea;
- Tosse (ou tosse crónica);
- Farfalheira;
- Batidas rápidas ou coração acelerado;
- Cansaço excessivo;
- Confusão;
- Dificuldades do pensamento ou concentração;
- Inchaço nos tornozelos;
- Inchaço no abdómen;
- Dor no peito.
Por vezes, as pessoas mais idosas e os próprios médicos não valorizam estes sintomas, atribuindo-os ao processo de envelhecimento. Tal atitude resultante do desconhecimento ou até esquecimento desta patologia, leva ao atraso no diagnóstico e tratamento, com todos os inconvenientes inerentes, nomeadamente o risco de morte.
Fatores de risco para insuficiência cardíaca
Os fatores de risco mais comuns para insuficiência cardíaca incluem:
- Doença das artérias coronárias;
- História anterior de enfarte do miocárdio (ataque cardíaco),
- Problemas em uma ou mais válvulas cardíacas;
- Miocardiopatia (doença do músculo cardíaco).
Outros fatores de risco incluem:
- Hipertensão arterial;
- Fatores genéticos (defeitos cardíacos congénitos);
- Infeções (especialmente infeções virais);
- Obesidade.
Fatores menos reconhecidos incluem:
- Apneia do sono;
- Deficiências nutricionais;
- Dieta pouco saudável (baixa em vegetais antioxidantes e rica em gorduras animais);
- Stress;
- Falta de exercício.
Todos estes fatores também contribuem para a doença arterial coronária, que é, por sua vez, um importante fator de risco para insuficiência cardíaca.
Quando os fatores de risco para insuficiência cardíaca estão presentes, geralmente há stress inflamatório, que prejudica ainda mais o músculo cardíaco, cujas células são privadas de energia e antioxidantes.
Prevenção da insuficiência cardíaca
A insuficiência cardíaca pode ser evitada e ou até mesmo revertida. Para tal é necessário seguir um estilo de vida saudável, manter atividade física, seguir uma dieta alimentar equilibrada.
A dieta mediterrânea, rica em vegetais, mostrou poder prevenir a insuficiência cardíaca entre pessoas que sofreram um ataque cardíaco.
Não fumar, não abusar do consumo de bebidas alcoólicas e ser fisicamente ativo diariamente ajuda a prevenir a insuficiência cardíaca.
É ainda importante combater o stress através de técnicas de resiliência como o yoga ou a meditação, que podem contribuir para reduzir significativamente o risco de muitas doenças cardiovasculares.
O tratamento de sinais precoces de insuficiência cardíaca e de fatores de risco, como a hipertensão arterial (pressão alta), excesso de peso ou obesidade e endurecimento das artérias (aterosclerose) são estratégias preventivas da insuficiência cardíaca.
O acompanhamento regular em consultas especializadas, o cumprimento das recomendações e da medicação e a realização periódica dos exames prescritos podem também prevenir, em muitos casos, as complicações da insuficiência cardíaca.
Nesta patologia os objetivos do exercício físico passam pela reabilitação cardíaca. A nível cardiovascular procura-se o aumento do desempenho cardíaco, maior capacidade aeróbica, frequência cardíaca e pressão arterial inferiores em repouso, melhor circulação periférica.
No sistema músculo-esquelético busca-se o aumento da força muscular, do equilíbrio e da flexibilidade, e um melhor desempenho nas atividades da vida diária.
No AXIS Wellness dispomos do Programa Axis Reabilitação Cardíaca específico para este tipo de patologia: enquadra-se nos moldes de uma intervenção extra-hospitalar, compreendida na fase 3 e 4 da reabilitação cardíaca, tendo como objetivo, não só melhorar o estado fisiológico, mas também o estado psicológico do paciente cardíaco, baseando-se numa intervenção multidisciplinar (programa de exercício, educação, avaliação nutricional etc.).
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Referências:
https://www.hospitaldaluz.pt/pt/dicionario-de-saude/insuficiencia-cardiaca
Associação de apoio aos doentes com insuficiência cardíaca
Fundação Portuguesa de Cardiologia
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