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Exercício supera dieta na redução do risco de viver com obesidade

Apesar da obesidade se ver facilmente, não se trata apenas do excesso de peso ou gordura corporal. A obesidade pode esconder outras doenças normalmente associadas, em que se destacam a diabetes, apneia de sono, hipertensão, problemas cardíacos, problemas osteoarticulares e maior risco de cancro, entre uma longa lista.

Focar-se apenas na dieta não conseguiu compensar a crescente onda de obesidade, dizem investigadores das Universidades do Arizona e da Virgínia. O foco no condicionamento físico oferece melhores resultados de saúde

As pessoas devem concentrar-se em praticar exercício e manter a forma – em vez de fazer dieta e perder peso – quando se trata de reduzir os riscos de viver com obesidade, de acordo com um novo estudo.

Um estudo, publicado na revista Science, analisou literatura científica e dados existentes e comparou a redução do risco de mortalidade associada à perda de peso com aquela associada a um aumento na atividade física e aptidão cardiorrespiratória.

Perfis de risco

Os investigadores descobriram que a redução do risco associada ao aumento da aptidão e da atividade física era consistentemente maior do que o que poderia ser alcançado com o uso de programas intencionais de perda de peso.  Fazer dieta tem sido a resposta mais comum nestes programas, mas os níveis de obesidade na população ainda assim estão em crescimento.

A prevalência de obesidade aumentou dramaticamente nos últimos 40 anos. Desde 1980 a prevalência de obesidade duplicou em mais de 70 países. Em Portugal os resultados indicam que 38,9% da população adulta (25-74 anos) tinha excesso de peso e 28,7% sofria de obesidade (dados de 2015 do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge).

“Vários estudos apontam para uma alta prevalência de tentativas de perda de peso nos últimos 40 anos, durante os quais a prevalência de obesidade aumentou aproximadamente três vezes”, afirma o relatório.

Assim, o foco intenso na perda de peso não tem impedido o ganho excessivo de peso na população nas últimas décadas.

Além disso, os esforços repetidos de perda de peso podem contribuir para o ganho de peso e estão, sem dúvida, associados à alta prevalência de ciclos de perda e ganho de peso, que por sua vez representam riscos significativos para a saúde.”

Benefícios do exercício

“Em contraste com os resultados inconsistentes e inconclusivos de décadas de programação e atividade intencional de perda de peso, o aumento da atividade física ou da aptidão cardiorrespiratória está associado a reduções significativas no risco de mortalidade por todas as causas e doenças cardiovasculares, proporcionando maiores benefícios.”

Chamado de tratamento da obesidade: perda de peso versus aumento da aptidão e atividade física para reduzir os riscos à saúde, o estudo foi escrito pelo professor Glenn Gaesser da Arizona State University e professor associado, Siddhartha Angadi, da University of Virginia.

Obsessão de peso vs saúde

Gaesser disse: “Percebemos que em culturas obcecadas pelo peso, pode ser um desafio para os programas que não estão focados na perda de peso ganhar força substancial entre as populações preocupadas com o peso.”

Os benefícios do condicionamento físico quando se trata de longevidade e resultados de saúde em todas as causas são tão substanciais que deveriam ser a prioridade, disse Gaesser: “Não somos necessariamente contra a perda de peso; apenas pensamos que não deve ser o critério principal para julgar o sucesso de um programa de intervenção no estilo de vida. ”

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