Exercício físico na doença de Parkinson
A prática de exercício físico na Doença de Parkinson é uma componente essencial do tratamento da postura, equilíbrio e mobilidade dos pacientes portadores desta patologia.
Segundo estudos publicados na Clinical Journal of Sport Medicine, o exercício físico na Doença de Parkinson retarda a progressão da doença, além de diminuir sintomas de ansiedade e depressão.
Neste artigo, procuramos esclarecer os benefícios e a importância da prática de atividade física para melhorar a qualidade de vida de pessoas com Doença de Parkinson.
Exercício Físico na Doença de Parkinson
Praticar uma atividade física é importante para melhorar a saúde geral, memória, e raciocínio de qualquer individuo, o que inclui naturalmente os pacientes com Parkinson.
Além disso, segundo o NHS (SNS) no Reino Unido, o exercício físico contribui efetivamente para o tratamento da doença de Parkinson e desempenha um papel preventivo na evolução da doença.
A perda dos neurónios na designada substância negra do cérebro e a queda da dopamina é um dos principais mecanismos que causam a doença. A perda de dopamina afeta o controlo motor, o humor, o sono e outras funções cerebrais.
Estudos da Universidade da Califórnia demonstraram que o exercício físico é capaz de aumentar a libertação de dopamina em diversas regiões cerebrais. A longo prazo, a prática de atividade física promove a libertação de outros neurotransmissores e melhora a atividade das vias neuronais com défices funcionais.
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Ação da Atividade Física no Cérebro dos pacientes com doença de Parkinson
Quando as pessoas que padecem de Parkinson realizam atividades físicas uma série de alterações metabólicas são induzidas no cérebro. Entre elas estão:
- Produção de fatores neurotróficos benéficos, particularmente o GDNF (fator neurotrófico derivado da glia), que reduz a vulnerabilidade dos neurónios da dopamina a lesões.
- No nível molecular, há aumento do número de recetores de dopamina. Isso significa um sinal de dopamina mais eficiente.
- Produção e reconstrução das sinapses neuronais, melhorando a comunicação entre os neurónios.
- Ativação do córtex pré-frontal com ativação cerebral de áreas relacionadas ao planeamento motor e ao humor.
Dez benefícios do exercício físico na Doença de Parkinson
Os benefícios do exercícios físico na Doença de Parkinson são variados e incluem:
- Diminuição da progressão da doença
- Melhoria da postura
- Melhoria da marcha (caminhar)
- Melhoria do equilíbrio
- Diminuição do tremor
- Aumento da flexibilidade e força
- Aumento da velocidade e coordenação motora
- Preservação da massa óssea e muscular
- Melhoria do humor e ansiedade
- Melhoria do sono.
O exercício também pode melhorar a cognição, depressão, fadiga e o funcionamento intestinal. Há um forte consenso entre os médicos e fisioterapeutas de que aumentar a mobilidade através do exercício pode melhorar o pensamento, a memória e reduzir o risco de quedas.
Qual a melhor atividade física para quem tem Parkinson?
A melhor atividade física para quem tem Parkinson é, acima de tudo, aquela que conseguir realizar com empenho e regularidade. Se está disposto a iniciar uma atividade sugerimos que inicie com uma caminhada.
A caminhada é uma maneira simples e barata que está disponível a todos. Desprenda-se da “sensação de constrangimento ou timidez” de caminhar em público. Não se torne refém dos seus medos, dê um passo a frente.
Segundo a Movement Disorder Society outros tipos de exercícios que você também pode considerar:
- Passadeira e Bicicleta
- Body Balance
- Pilates
- Danças de salão
Para pessoas com doença de Parkinson leve a moderada, os exercícios direcionados podem abordar sintomas específicos, como por exemplo: o exercício aeróbico melhora a condição do sistema cardiovascular, os exercícios de caminhada auxiliam na marcha e o treino de resistência fortalece os músculos.
Dicas Práticas de Exercício no Parkinson
- Prefira praticar exercício pela manhã
- Estabeleça uma rotina com horário que respeite a sua alimentação e medicação
- Faça exercício depois de 30 minutos a 1h após tomar a sua medicação de Parkinson. Nesse horário estará menos rígido.
- Estabeleça uma meta realista, como por exemplo, começar por dar duas voltas ao quarteirão junto da sua casa.
- Inicie com algum amigo ou familiar que o(a) acompanhe. Isso ajudará caso fique desmotivado ou precise de apoio. O serviço de treino personalizado pode ser uma opção a considerar.
- Nunca se preocupe com o que os outros vão pensar nem se sinta envergonhado. Isso piora a sensação de “congelamento” e a dificuldade de andar.
- Descomplique. Não precisa ter o melhor calçado desportivo ou a melhor roupa para treinar.
- Seja regular. O exercício deve ser praticados pelo menos 5 dias por semana
- Comece em qualquer dia. Não precisa esperar pela próxima segunda feira para começar. Comece ainda hoje!
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Como escolher os exercícios físicos
Qualquer forma de exercício físico que faça sem se magoar irá oferecer benefícios. É muito importante estar em movimento e não se entregar às limitações da doença.
Programas de exercício desenhados à medida equilibram vários aspetos diferentes da aptidão, incluindo força, equilíbrio, coordenação, flexibilidade e resistência e cada uma dessas áreas fornece um benefício específico para pessoas com Parkinson.
Exemplos de programas de exercício físico para pessoas com Parkinson normalmente incluem:
- Treino desportivo;
- Treino na passadeira;
- Treino de resistência muscular;
- Exercício aeróbico;
- Formas alternativas de exercício (Body Balance ou Pilates);
- Alongamento.
É importante considerar que os exercícios devem ser prescritos com base em uma avaliação clínica cuidadosa de capacidade funcional, saúde mental e função cardiorrespiratória. Com esses dados em mão, os nossos profissionais conseguirão adequar a frequência, duração, e intensidade dos treinos.
O Colégio Americano de Medicina Desportiva (ACSM) publicou recomendações para a prescrição de exercícios para doentes de Parkinson. A maioria dessas recomendações aplica-se aos pacientes que estão entre o estágio inicial a moderado.
Antes de iniciar qualquer novo exercício, consulte o seu neurologista e recorra ao aconselhamento dos profissionais do AXIS WELLNESS, que poderão ajudá-lo(a) de forma mais eficaz e duradoura.
Nos nossos espaços encontrará profissionais devidamente habilitados, e com experiência no acompanhamento de pessoas portadoras desta patologia, que permitirão um início de prática mais seguro e confortável. Para mais informações clique aqui ou contacte-nos através do nº 258 847 555 (Viana do Castelo) ou nº 258 938 554 (Ponte de Lima).
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