É seguro treinar quando estou dorido?
A resposta a esta pergunta depende da severidade da dor muscular, que pode variar desde uma leve sensibilidade a dor debilitante.
A dor muscular de início tardio (DMIT) é caracterizada como uma sensação de desconforto e/ou dor na musculatura esquelética que ocorre algumas horas após a prática do exercício. Os sintomas de dor aparecem em até 24 horas após o término do esforço, alcançando intensidade máxima entre 24 e 72 horas, podendo persistir por até 7 dias.
Os primeiros eventos associados à microlesão muscular e o acometimento da DMIT são de natureza mecânica, a tensão gerada nos sarcómeros (um dos componentes básicos do músculo estriado que permite a contração muscular) durante os exercícios, promove o rompimento da sua estrutura e consequente dano muscular, permitindo a hidrólise de proteínas e de cálcio, ativando vias relacionadas à degradação e reparação muscular.
Durante os períodos de dor muscular severa, uma pessoa tem a sua coordenação prejudicada, tem menor absorção do choque e uma amplitude de movimentos encurtada. Nesta condição, se praticar exercício muito dorido, é provável que altere a mecânica do corpo, colocando mais stress nos ligamentos e tendões e, portanto, aumentando significativamente o risco de lesões.
Deve treinar quando está dorido?
O “Overreaching” é o estado de treinar intensamente sem descanso, e é caracterizado por uma perda de energia e desempenho durante o treino. Ao longo do tempo isso conduz ao “overtraining” e a um declínio no desempenho atlético e funcional. O “overtraining” demora várias semanas ou meses a ocorrer, mas até lá deve estar atento a qualquer um dos seguintes sinais ou sintomas:
- Aumento da frequência cardíaca em repouso
- Depressão ou distúrbios do humor
- Aumento da incidência de constipações e gripes
- Lesões resultantes de sobrecarga muscular
- Dores musculares e/ou articulares
- Fadiga
- Insónia
- Diminuição do apetite
- Dificuldade em obter progressão nos resultados do seu treino ou diminuição do desempenho físico que não melhora com descanso ou redução de treino. Em ambos os casos, é melhor descansar para permitir que seu corpo recupere e procurar um profissional médico, se necessário.
Se está apenas um pouco dorido, o exercício pode trazer alívio, embora apenas temporariamente. Recupere fazendo exercícios leves de resistência (como exercícios de estabilização do core) ou fazendo treino cardiovascular de baixa intensidade (como caminhada ou corrida leve). Outra alternativa ainda melhor, é exercitar outros músculos, que não estão doridos.
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Como deve ser o seu treino?
Os planos de treino prescritos pelos nossos profissionais devem ser elaborados para permitir a recuperação muscular, que geralmente leva de 48 a 72 horas, dependendo do tipo de treino realizado e da intensidade desse mesmo treino.
As pessoas que praticam musculação todos os dias devem dividir as suas rotinas para que possam trabalhar diferentes grupos musculares em dias diferentes.
Grandes grupos musculares, como quadríceps e isquiotibiais, devem ter mais tempo de recuperação (72 horas), enquanto os músculos mais pequenos, especialmente os músculos posturais do core, estão preparados para serem mais resistentes e, portanto, podem ser exercitados com mais frequência, com os tempos de recuperação a poderem ter no máximo 48 horas.
Lembre-se que os músculos não crescem durante o treino, mas sim durante os períodos de descanso após o exercício. Se não permitir que o seu corpo recupere, dificilmente obterá os resultados e benefícios que tanto ambiciona.
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O exercício, na medida certa, é um grande aliado para a saúde e o bem-estar. Como tudo na vida, evitar os excessos é sobretudo uma questão de equilíbrio e de procurar o aconselhamento de quem sabe. Se procura fazer exercício físico de forma segura, e com o acompanhamento de profissionais devidamente qualificados, clique aqui ou contacte-nos através do nº 258 847 555 (Viana do Castelo) ou nº 258 938 554 (Ponte de Lima).
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