Como começar a praticar exercício físico, quando é a última coisa que quer fazer

Seja qual for o seu objetivo, muitas vezes dar o primeiro passo no sentido de um estilo de vida mais saudável e ativo, é aquele que é mais difícil. No que toca a iniciar uma prática regular de exercício físico, usualmente criamos álibis na nossa mente que nos justificam a decisão de não o fazer.
Neste artigo compilamos ideias sábias da psicologia, economia comportamental, empresas, e até ativismo social, para que seja capaz de ultrapassar as barreiras que o separam da mudança de comportamento mais importante para que seja mais saudável: mexer-se mais!
Desculpa nº 1: “Não tenho tempo para fazer exercício.”
A estratégia: você tem muito tempo; o truque é ser intencional sobre como o utiliza
Há 168 horas numa semana. Mesmo depois de subtrair 56 horas para dormir e 50 para trabalhar (deslocações incluídas), fica com 62 horas disponíveis.
A conclusão possibilitadora: “Temos o poder de preencher as nossas vidas com as coisas que merecem estar lá”.
Se realmente quer começar a exercitar-se, deve colocá-lo no topo de sua lista mental de tarefas. Como qualquer tarefa que tenha que fazer, a prática de exercício físico deve constar na sua agenda, devendo fazer o respetivo planeamento semanal. Utilize as tardes de sexta-feira, para fazer esse planeamento.
Ao inserir compromissos de treino na sua agenda semanal, e para que tenha um incentivo adicional, envie um convite eletrónico a um amigo. Dessa forma evitará a temida síndrome de domingo à noite conhecida como “Mas para onde foi o meu tempo?.
Desculpa nº 2: “Estou tão confortável em casa agora; Vou começar a treinar na próxima semana.”
A estratégia: coloque-se no futuro.
Quando se trata de tentação, nós humanos estamos envolvidos numa luta constante entre o nosso “eu presente” e o nosso “eu futuro”. O nosso “eu futuro” sabe que é do nosso interesse exercitar-se, mas esta é uma batalha desigual entre os dois eus. O nosso “eu presente” está no controlo da situação e tem braços fortes que conseguem levar à boca todos aqueles alimentos que nos são mais prejudiciais e que dão satisfação imediata. O “eu futuro” nem está por perto, e assim o seu “eu presente” pode liquidar todos os seus sonhos.
Como vencer esse “eu presente” que adora fast-food? Faça uma viagem mental no tempo. Imagine-se daqui a 20 ou 30 anos se não começar a fazer exercício físico com regularidade. Estará sem capacidade financeira, por incapacidade física para trabalhar? Estará sem fôlego a correr atrás dos seus netos? Estará limitado na sua liberdade, por não conseguir fazer atividades da sua vida diária sozinho? Agora, imagine como a sua vida poderia ser, se estivesse em forma.
Desculpa nº 3: “Prefiro ouvir o meu podcast favorito/ assistir a uma série no Netflix/acompanhar as notícias/ler o meu livro favorito em vez de treinar”.
A estratégia: pode fazer as duas coisas ao mesmo tempo.
Charles Dickens publicou todos os seus romances como folhetins, lançando-os um capítulo de cada vez, primeiro em revistas e depois como panfletos independentes. Dizia-se que a procura se tornou tão grande que os seus leitores reuniam-se no cais para esperar os navios com a edição seguinte para descobrir o que aconteceu.
Poderia fazer esta curiosidade natural, trabalhar a seu favor? Sim, de acordo com a cientista comportamental da Wharton School of Business Katherine Milkman. Numa investigação que conduziu, ela recrutou participantes que queriam exercitar-se mais. Metade dos participantes foram aleatoriamente designados para um grupo que recebeu iPods carregados com audiobooks absorventes (como O Código Da Vinci ou Hungry Games) que eles só podiam ouvir enquanto treinavam; a outra metade recebeu um vale-oferta igualmente valioso para a Barnes & Noble (conhecida livraria). O resultado: o grupo que utilizou audiobooks exercitou-se significativamente mais.
Estabeleça uma regra de que só pode consumir as suas histórias favoritas (netflix/romace/podcast/notícias) apenas quando pratica exercício. “Agrupamento de tentação” é o que Milkman chama esse emparelhamento de uma atividade prazerosa com um hábito desejado; nós achamos simplesmente inspirador.
Desculpa nº 4: “Sinto que estou fora de forma e tenho medo de ir ao ginásio com todos aqueles fanáticos por exercício a olharem para mim”.
Estratégia: as pessoas vão sempre julgar, mas você não precisa ser uma delas.
Vivemos numa cultura em que quem é gordo é visto como uma pessoa má, preguiçosa, gananciosa, pouco higiénica, irresponsável e moralmente duvidosa. E tendemos a ver a magreza como algo universalmente bom.
Devemos examinar e reconhecer essas atitudes, nos outros e em nós mesmos. Nós realmente queremos viver numa sociedade onde é negada às pessoas a sua humanidade básica, se elas não concordarem com alguma forma arbitrária de aceitação?
Em vez de ver o exercício como uma forma de nos punir por não sermos “perfeitos”, pode ser visto como uma forma de cuidarmos do nosso corpo. Recuperar-se pode ser um dos mais lindos atos de amor-próprio e pode concretizar-se num milhão de coisas diferentes, desde mudança de penteado, fazer uma tatuagem, melhorar a nossa aparência, fazer algum tratamento hormonal, recorrer a uma cirurgia e, sim, aderir também a um programa de perda de peso.
Desculpa nº 5: “Quando penso em treinar, imagino-me ofegante, com o rosto vermelho e com dor, então procuro outra coisa para fazer.”
Estratégia: aceite uma dica dos melhores atletas e imagine um cenário diferente.
Vê frequentemente os atletas olímpicos fecharem os olhos e franzirem a testa antes de competir. A maioria deles não se preocupa com o evento em si (mesmo que seja o que parece que eles estão a fazer). Eles estão envolvidos em imagens, visualizando o que está por vir. As imagens são um ensaio mental, diz o psicólogo desportivo Martin Hagger, da Curtin University. Ele compara este comportamento a assistir a um vídeo mental de uma performance que ainda não aconteceu.
Hagger fala sobre a campeã croata de salto em altura Blanka Vlašić,: “Ela era muito famosa por ter a mesma rotina de desempenho antes de uma competição. Ela fechava os olhos, visualizava um salto bem-sucedido, batia palmas ritmicamente. Isso aumentava a sua motivação e a sua confiança.”
Mesmo que não esteja a fazer salto em altura (graças a Deus 🙂 ), pode usar o mesmo truque. Quando estiver no seu equipamento de treino, antes de iniciar um movimento, feche os olhos e visualize o mais vívido possível o que está prestes a fazer. Por exemplo, se for correr, quais os pontos de referência por que irá passar? Que dificuldades surgirão? Imagine-se a contorná-los. Em que momento vai voltar para trás? Onde irá terminar a sua corrida? Visualize cada passo como se fosse um espetador a ver um vídeo rápido de si próprio. Conseguiu? Então, inspire profundamente, expire forte, abra os olhos e força!
Se leu este artigo até aqui, e ganhou a motivação que lhe faltava para (re)começar a praticar exercício físico com regularidade clique aqui e saiba mais informações sobre as condições de adesão aos nossos clubes.
Texto traduzido e adaptado: https://blog.ed.ted.com/2018/03/19/how-to-exercise-when-its-the-last-thing-you-want-to-do/
Créditos foto: <a href=’https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/pessoas’>Pessoas foto criado por alexeyzhilkin – br.freepik.com</a>